Um jovem poeta
Escrevia uma carta
A sua linda neta
A cada palavra
Uma lembrança
Descrevia o velho
Para a jovem criança
Olhava para o lado
Com um pouco de medo
Pois daquela caneta
Saía alguma segredo
Contava para a menina
Coisas do passado
Aproximando mais a vela
Com o olho já cansado
Finalizando a carta
A fechou com cuidado
Se deitou na cama
Com o braço apoiado
Lembrava da falecida esposa
Dos já maduros filhos
E o trem já freava
Com o termino dos trilhos
Se deitou por completo
E o frio repentino
Sua vida foi boa
Aceitou seu destino
A neta no quarto entrou
Olhou o velho deitado
Se segurou no bidê
Que estava bem ao lado
Em cima do bidê
Havia uma folha
Muito assustada
Só havia uma escolha
A menina segurou a carta
E lembrava do jovem poeta
Mas nada entendeu
Pois era analfabeta
CA
Nenhum comentário:
Postar um comentário